Seu João, um senhor de 75 anos, foi visitar seu filho que mora em uma grande cidade brasileira. Acostumado com sua rotina sedentária no interior, resolveu se aventurar pelas ruas esburacadas, cheias de degraus e pedras soltas da cidade cosmopolita. Ao subir uma escada, acabou enroscando a ponta do chinelo em um dos degraus, perdeu o equilíbrio e caiu no chão. Para tentar se proteger, instintivamente colocou a mão em direção ao solo e acabou fraturando um dos ossos do antebraço. Os óculos se estatelaram no chão. Ambos os joelhos ganharam hematomas e escoriações.
Além do susto, de ter que ir ao pronto socorro, fazer exames, consultar com um ortopedista e com seu médico de família para reavaliar suas condições de saúde, com um pouco de sorte seu João vai levar no mínimo um mês para se recuperar e voltar a fazer suas atividades rotineiras de forma independente.
Histórias como a do seu João se repetem todos os dias. Neste artigo você vai conhecer os principais fatores de risco que podem levar os idosos a caírem. A maioria deles evitáveis. Vai descobrir o que fazer para evitar as quedas e o que fazer se cair. No final vou te apresentar alguns dispositivos que podem ser úteis para idosos com maior risco de quedas.
Por que idosos caem?
Quedas em idosos são mais comuns do que se imagina. Um em cada 4 idosos brasileiros caem uma vez no ano. Dos que moram em instituições de longa permanência, a estatística é ainda pior: metade deles caem uma vez no ano. Estima-se que cerca de 5 a 10% dessas quedas resultem em consequências graves como fraturas, traumatismos cranianos e sangramentos.
As causas das quedas em idosos costumam ser multifatoriais. O envelhecimento, juntamente com a redução da reserva muscular, acaba trazendo dificuldades de equilíbrio e estabilidade para ficar de pé ou caminhar. Além disso, outras condições podem contribuir, como a presença de uma doença debilitante (gripe, pneumonia, desidratação, arritmia), o uso de um novo medicamento, o estresse por um ambiente diferente (uma visita a uma casa ou ambiente pouco conhecido) ou ainda uma superfície insegura para caminhar (pedras, piso liso, desníveis, obstáculos).
Os principais fatores de risco para quedas em idosos incluem: alterações no controle postural, dificuldades visuais, alterações na pressão, déficits cognitivos, uso de algumas medicações, bebida alcóolica, calçados inadequados e fatores ambientais.
Controle postural
A habilidade de ficar em pé e caminhar é simplesmente incrível. Essa capacidade depende de um complexo sistema de sensores (proprioceptivos) que declinam com o avançar da idade. A sensibilidade dos pés e das pernas são prejudicadas, o que aumenta o risco de quedas.
Além disso, partes do cérebro – em especial o sistema chamado de vestibular – são responsáveis pelo equilíbrio, algo que também é afetado com o envelhecimento.
Não bastasse isso, os músculos de todo o corpo também sofrem, sendo substituídos por gordura a partir dos 40-50 anos de idade, o que é potencializado pelo sedentarismo.
Menos músculo implica em menos força, menos mobilidade e consequentemente menor capacidade para se manter em pé.
Algumas doenças como a artrose (osteoartrite), especialmente a que afeta os joelhos e o quadril, também interferem na mobilidade, reduzindo a amplitude e a velocidade dos movimentos.
Dores no corpo em geral também podem aumentar o risco de quedas, além de doenças que afetam a capacidade motora como o Parkinson.
Dificuldades visuais
A partir dos 40 anos a visão para perto costuma se reduzir em um ritmo crescente. É a presbiopia ou vista cansada. Não se consegue mais focar em objetos próximos, tendo que afastá-los para conseguir visualizá-los nitidamente.
Além disso outras doenças visuais se manifestam ou se agravam, como a miopia (dificuldade de enxergar longe), a catarata (opacificação da visão) e a redução no contraste e na adaptação para o escuro.
Pessoas com diabetes mal controlado podem apresentar alterações visuais por doenças na retina.
A correção para alguns desses problemas pode se dar com o uso de lentes corretivas. Porém, lentes bifocais (ou multifocais) também estão associadas com maior risco de queda, especialmente pela demora de o cérebro se adaptar a uma alteração brusca de foco.
Por isso, para quem não está acostumado com óculos, a preferência por monofocais pode ser mais adequada. Os monofocais só resolvem um problema: ou servem para leitura ou para enxergar de longe.
Pressão arterial
Reduções de pressão arterial podem interferir no equilíbrio especialmente por reduzirem a perfusão de sangue no cérebro. A hipotensão postural, que é aquela que acontece ao nos levantarmos, pode levar a menos sangue no cérebro, o que pode ocasionar tontura e quedas.
Essa hipotensão temporária pode acontecer por falha no sensor que controla a velocidade do coração quando nos levantamos e que deveria aumentar um pouco a frequência cardíaca para que mais sangue seja levado para o cérebro.
Com o envelhecimento pode ocorrer ainda a redução de líquido corporal, além de outras alterações hormonais que podem contribuir com menos volume de sangue e consequentemente uma menor pressão arterial.
O uso de medicações anti hipertensivas também podem influenciar, especialmente os diuréticos. Doenças e falhas nos rins também podem afetar a eliminação das medicações, o que pode potencializar seu efeito e contribuir para as quedas.
Déficits cognitivos
Doenças demenciais, como Alzheimer e demência vascular estão correlacionadas com maior risco de quedas.
Essas doenças costumam afetar principalmente os idosos.
Medicações
Muitas medicações têm entre seus efeitos colaterais sonolência, tonturas, alterações de pressão, zumbidos, entre outros. Todos esses sinais e sintomas podem contribuir para as quedas.
Além disso, deixar de tomar medicações, ou as tomar em doses erradas (tanto para mais quanto para menos), também podem contribuir para as quedas.
É muito comum a dificuldade em tomar as medicações corretamente, seja por dificuldades visuais em enxergar o nome das medicações, ou até para colocar na boca comprimidos muito pequenos, ou então engolir os grandes demais.
Bebida alcóolica
Quanto maiores as doses ingeridas de bebidas alcoólicas, maiores os riscos de alterações na capacidade de se manter em pé e coordenar a marcha.
Calçados
Os calçados com solados grandes, grossos, pesados e soltos (chinelos e sandálias), tendem a aumentar o risco para as quedas, principalmente por aumentarem a chance de enroscar em tapetes e degraus, mas também por dificultarem a caminhada (pela associação entre peso do calçado e menor força muscular).
Apesar de mais desconfortáveis, calçados fechados, presos nos pés (tênis e sapatos) e com solados finos e rígidos estão associados com menores chances de queda.
Fatores ambientais
Calçadas esburacadas, escadas mal projetadas e pedras soltas tornam inseguras as ruas e caminhos das cidades, jardins e quintais.
O uso de tapetes em casa, mesmo os mais finos e fixos no chão, contribuem para as quedas.
A falta de barras de segurança em banheiros e áreas de chuveiros favorecem a insegurança de lares e instituições comerciais.
Vitamina D
Apesar de não termos estudos definitivos, concentrações baixas de vitamina D parecem estar associadas a maior risco de perda de massa muscular e da elasticidade dos músculos, o que pode contribuir para as quedas.
Porém, não se recomenda a suplementação de vitamina D para todos os idosos, a menos que haja real deficiência detectada nos exames de sangue.
Qual o problema em cair?
Quedas de mesmo nível, que são aquelas em que a pessoa não estava em cima de nenhum banco, ou outro objeto como cadeiras ou escadas, podem ser tão graves quanto quedas de outro nível.
Bater partes do corpo contra mobílias ou contra um chão duro pode levar a machucados sérios.
Além dos machucados na pele, hematomas e eventuais sangramentos, as quedas podem deixar dores musculares por semanas e podem ainda ocasionar a fratura de ossos.
Ossos quebrados, além de doer, podem ser incapacitantes. Uma fratura do braço, da mão, ou da perna, impossibilita o uso do membro por 30 dias ou mais, o que dificulta o simples ato de se alimentar ou de realizar a higiene pessoal. Lavar as mãos, caminhar ou tomar banho pode ser um desafio, seja pela dor, imobilidade, ou ainda para evitar molhar o curativo.
Fraturas de costelas podem ser graves, levando a pneumonias e deixando o idoso de cama, muitas vezes com necessidade de tratamento hospitalar.
Um idoso independente pode acabar se tornando dependente de outras pessoas, às vezes para a totalidade de suas atividades diárias. Isso tudo por causa de uma simples queda.
Não bastasse tudo isso, os traumas de cabeça podem ser graves e eventualmente até fatais.
Além disso, idosos muitas vezes moram sozinhos e pode levar horas ou mesmo dias para alguém encontrar e ajudar o idoso caído, o que pode levar à consequências graves.
É comum também encontrarmos idosos que moram com outro idoso. E no caso de uma queda, o idoso muitas vezes não consegue se levantar sozinho, e o outro idoso também pode não ter forças suficientes, nem habilidade para ajudá-lo. Isso pode levar a momentos de tensão e aflição, o que prejudica o bom convívio dos idosos e pode afetar toda a família.
Como o médico avalia se eu tenho um risco maior para cair?
Os principais especialistas em quedas de idosos são os geriatras e os médicos de família. Recomenda-se uma consulta com um desses médicos em casos de queda.
O simples histórico de várias quedas ou de pelo menos uma queda já aumenta em muito o risco de novas quedas.
O médico irá avaliar toda a lista de medicamentos em uso, dando ênfase principalmente para aqueles mais sedativos e para outros que muitas vezes estão “sobrando” na lista de medicamentos. É muito comum os pacientes ou cuidadores não saberem o motivo de estarem tomando alguns medicamentos. Para saber mais sobre o tema leia meu artigo sobre a desprescrição.
Uma parte importante da avaliação é a da capacidade física e as habilidades motoras do idoso.
Existem inúmeros testes para isso. O mais simples e utilizado é o Timed Get Up and Go, algo que poderia ser traduzido como “Levantar e caminhar de forma cronometrada”. Este teste consiste em pedir para o paciente se levantar de uma cadeira com braços, caminhar em linha reta por 3 metros, se virar 180º, retornar para a cadeira e sentar-se. O tempo é cronometrado e espera-se que leve menos de 10 segundos para sua realização. Tempos maiores ou ainda a impossibilidade da realização do teste, indicam uma maior fragilidade e riscos para quedas.
Além disso, a simples dificuldade para a execução da atividade, sinais de desiquilíbrio ou falta de coordenação motora são levados em consideração para o médico avaliar se há risco para quedas.
Outros testes e investigações importantes que o médico pode executar são a avaliação da acuidade visual, hipotensão postural, inspeção dos pés e avaliação neurológica.
Exames de sangue eventualmente podem ser úteis, principalmente procurando deficiências de vitamina D ou outras doenças como diabetes (que podem causar perda de sensibilidade motora e doenças da retina), anemia (relacionada a fraqueza) e alterações renais.
O que fazer para evitar as quedas?
Vários cuidados podem ser tomados para se evitar as quedas, desde calçados adequados, além de cuidados e ajustes dentro das casas e fora delas.
As principais recomendações aqui descritas são baseadas no Manual de Prevenção de Quedas para Idosos elaborado pela UFPR e na iniciativa global World guidelines for falls prevention and management for older adults.
Calçados
Dê preferência para calçados fechados, tanto na frente quanto atrás. Tênis e sapatos são as melhores escolhas.
Escolha solados finos e mais firmes. Os mais moles aumentam a chance de quedas. Já os mais duros são melhores para evitar quedas, porém podem ser desconfortáveis.
Solados antiderrapantes, com material emborrachado, evitam escorregões em pisos lisos.
Evite os chinelos, seja os de dedo ou os de pano.
Tapetes
O ideal é evitar ao máximo os tapetes, mesmo os rígidos e fixos no chão. Isto porque eles acabam formando um leve degrau que pode servir de obstáculo para um pé que se arrasta e levar a uma queda.
Use modelos de tapetes antiderrapantes e emborrachados em locais que ficam lisos com a queda de água, como a frente da pia de lavar louças ou o box do banheiro.
Em degraus, especialmente nos de cerâmica, granito ou outro material que possa ficar liso, o uso de fitas antiderrapantes e autocolantes é uma ótima solução.
Iluminação
Não economize na iluminação. Deixe os interruptores fáceis de acessar e se possível opte por interruptores paralelos, permitindo acionar as lâmpadas a partir de vários pontos da casa, como por exemplo perto da porta do quarto e perto da cama. Escadas também devem ter interruptores em cada extremidade.
Se não for possível alterar a instalação elétrica, uma boa alternativa é utilizar abajures ou luminárias próximas da cama ou outros locais. Existem inclusive modelos que funcionam com pilhas e que dispensam qualquer tipo de instalação. Uma simples lanterna pode ajudar a evitar acidentes.
Existem ainda luminárias com sensores de presença e luminosidade que se acendem e se apagam automaticamente. Elas podem e devem ser instaladas em todos os cômodos da casa, inclusive quartos e banheiros.
Nunca se levante, se desloque ou vá se deitar com o ambiente escuro.
Não esqueça de iluminar a parte externa da residência. O uso de interruptores com sensores de presença pode ajudar.
Banheiros
O uso de barras de apoio é essencial. A recomendação é que elas fiquem a cerca de 75cm do chão e que sejam instaladas no box e próximas ao vaso sanitário.
Jamais se apoie nas pias para se levantar, sempre use a barra de apoio. A pia pode quebrar ou se soltar e causar um acidente ainda mais grave.
Orientações gerais
De preferência se alimente na mesa de refeições, evitando locais como sofá e cama.
Não suba em bancos, cadeiras ou escada. Peça ajuda para alcançar locais mais altos. Tente deixar os objetivos que mais utiliza em alturas que não seja necessário nenhum apoio e nem se esticar para alcançá-los.
Evite utilizar panelas pesadas, que podem cair e causar queimaduras.
Se tiver que encarar uma escada, use sempre o corrimão para subir ou descer.
Tome cuidado com seu bichinho de estimação quando estiver se deslocando pela casa ou mesmo cozinhando.
Evite objetos ou móveis bloqueando as entradas e o meio dos cômodos.
Se vai começar a usar óculos, se possível dê preferência para os monofocais (que só servem para leitura ou para enxergar de longe, mas não para os dois problemas ao mesmo tempo).
Evitar mudar de ambientes
Idosos às vezes precisam morar com os filhos. O ideal é que não sejam realizadas muitas mudanças de casas e ambientes, especialmente naqueles idosos que tenham mais tendência às quedas ou tenham alguma síndrome demencial como Alzheimer ou outras.
Um ambiente familiar, onde se conhece bem o caminho do quarto até o banheiro e todos os obstáculos presentes na casa, favorecem o deslocamento sem quedas.
Exercício físico
A prática regular de exercício físico, por mais leve que seja, traz benefícios diversos, inclusive de evitar as quedas. Movimentar o corpo com exercícios regulares, melhora a mobilidade e a capacidade muscular, além de melhorar a disposição e reduzir as dores em geral.
O ideal são exercícios de força e resistência (musculação) e alongamento. Mas todo e qualquer exercício é bem-vindo. O Tai Chi (ou Tai Chi Chuan) é uma modalidade de arte chinesa em ascensão, que garante equilíbrio e mobilidade e pode ser realizado por praticamente qualquer pessoa.
A principal recomendação é a de conversar com seu médico antes para verificar se não existe nenhuma contraindicação.
Medicamentos
Mesmo que você tenha diversos problemas de saúde e que seja acompanhado por vários especialistas, tenha um médico de confiança que o acompanhe como um todo. Médicos de família e geriatras são os ideais para fazer o cuidado e a gerência de sua saúde e de seus medicamentos e acompanhamento em geral.
Médicos de família são treinados durante sua residência em consultas domiciliares, então estão familiarizados com o ambiente de casas e instituições de longa permanência.
Tome somente os medicamentos prescritos por seu médico. E faça consultas frequentes para reavaliar qualquer alteração de saúde ou novo sintoma. Sempre informe ao médico todos os medicamentos que está utilizando, inclusive chás ou remédios naturais.
Tontura, apagões e perda de consciência não são normais e merecem uma investigação.
Cuidadores
Alguns idosos com maiores dificuldades motoras ou síndromes demenciais podem se beneficiar de um cuidador. Uma pessoa que fica o tempo todo com o paciente e o ajuda em suas atividades diárias.
E se eu cair? O que fazer?
Mesmo com todos os cuidados, as quedas podem acontecer. Tente manter a calma e respirar profundamente.
Se tiver alguém por perto, peça ajuda imediatamente. Se você tiver um aparelho telefônico ou outro dispositivo de alerta, use-o! Não tenha vergonha de pedir ajuda.
O telefone do Corpo de Bombeiros (193) pode ser acionado para pedir orientações e inclusive para a chamada de uma ambulância.
Se você perceber que está gravemente ferido, procure não se levantar sozinho até que a ajuda chegue.
Se resolver se levantar sozinho procure uma mobília firme e resistente como um sofá para apoiar as mãos. Se ajoelhar próximo a mobília pode facilitar a se levantar. Coloque um pé para a frente e apoie-o no chão. Faça o mesmo com o outro pé, vire-se e sente-se no sofá. Se não conseguir ou cair novamente, não insista. Aguarde a ajuda.
O que fazer depois da queda?
Mesmo que a queda não tenha trazido consequências imediatas, procure seu médico ou um pronto atendimento imediatamente.
O médico poderá ajudá-lo a entender os motivos da queda, ajustar as medicações e tratar eventuais lesões ocasionadas pela queda. Ele também pode recomendar mudanças na sua rotina que possam evitar novas quedas.
Dispositivos que podem ajudar idosos com maior risco de queda
Alguns dispositivos podem ajudar a evitar as quedas. Apesar de eles acabarem sendo indicados pelos próprios familiares ou amigos, o ideal é que sejam indicados por um médico especializado no cuidado com idosos.
Além disso, é extremamente importante que seja realizado o ajuste de altura e ergonomia do dispositivo e que haja um treinamento para seu uso, realizado de preferência por um profissional fisioterapeuta especializado em gerontologia.
Exatamente! Andar de bengala ou com um andador requer treinamento! Apesar de parecer simples de usar, existem técnicas apropriadas para evitar que o dispositivo acabe trazendo mais malefícios do que benefícios.
Bengala
As bengalas são indicadas para quem tem artrose de joelho ou quadril ou alguma dor ou outra dificuldade que afete apenas um lado do corpo.
Andador
Se existem problemas de equilíbrio, fraqueza nas duas pernas, ou você está se recuperando de uma fratura ou cirurgia, então o andador pode ajudar mais do que a bengala.
O andador é uma espécie de banqueta alta com 4 pernas. Existem alguns que tem rodinhas nas pernas da frente ou inclusive em todas as pernas. Evite os com 4 rodas. Eles permitem se locomover mais rapidamente, porém são mais indicados para quem tem boa coordenação motora e necessite apenas de um apoio para evitar se recuperar de uma cirurgia, por exemplo.
Os com rodinhas na frente podem ser úteis para quem tem problemas cardíacos ou pulmonares e que se cansam para levantar o andador. Porém, podem aumentar as chances de quedas se o utilizador não estiver bem treinado e adaptado.
Inicialmente, garanta que a altura do andador esteja na mesma altura dos punhos ao ficar em pé. Se ele for muito baixo vai forçar as costas. Se for muito alto, não vai suportar o peso do corpo.
É importante treinar o uso do andador, inclusive para se sentar e se levantar.
Cadeira ou banqueta de banho
Existem cadeiras de banho que tem apoio para as costas e existem outros modelos que são apenas banquetas.
Ambos os modelos podem ajudar a evitar quedas na hora do banho. As banquetas sem encosto têm a vantagem de ocupar menos espaço e serem mais fáceis de movimentá-las. Elas são indicadas para quem tem a mobilidade, principalmente das costas, preservada.
Tanto as cadeiras, quanto as banquetas devem ser compradas de acordo com o peso do paciente.
Existem cadeiras com rodinhas também. Essas são indicadas para quem tem problemas de locomoção e necessitam de ajuda para tomar banho.
Luminária com sensor de presença
Existem diversas luminárias que possuem sensor de luminosidade e de presença. Elas só acendem se estiver escuro e uma movimentação for detectada.
Há modelos que precisam ser ligados na tomada e outras que funcionam com pilhas. Para alguns a duração das pilhas é maior do que um ano.
Uma dica é posicioná-las no chão do quarto. Assim elas acendem ao colocar os pés no chão. É uma luz suave que não acorda outra pessoa que está dormindo no mesmo recinto, mas que é o suficiente para se perceber os obstáculos e ajudar a impedir uma queda.
Campainhas, relógios e botões de socorro
Existem diversos dispositivos que servem para que o idoso chame um cuidador ou outra pessoa ao seu redor.
Um modelo simples e barato consiste em um pequeno controle que pode ser preso ao pulso ou no pescoço e que é acionado no caso de uma queda ou urgência. É necessário que um módulo seja instalado em outro cômodo da casa para receber o alerta.
Existem modelos de relógios mais sofisticados que detectam automaticamente uma queda e ligam para um número pré-configurado, informando o evento. Porém o grande empecilho é seu alto custo.
Câmeras
Câmeras podem ajudar a entender o que aconteceu durante uma queda, ou então monitorar um idoso à distância.
Só tome cuidado para não invadir a privacidade do idoso, evitando instalar em quartos e banheiros. E avise-o de que ele está sendo monitorado.
Conclusão
Com o avanço da idade a musculatura fica enfraquecida, a destreza e as habilidades posturais tornam-se lentificadas, doenças aparecem e as quedas muitas vezes acontecem. Cair pode gerar uma consequência grave, desde a perda da dependência quanto desfechos fatais. Usar sapatos fechados, evitar tapetes e realizar pequenos ajustes na casa podem evitar as quedas. Mas se elas acontecerem, um médico deve ser consultado o quanto antes, mesmo que não haja gravidade aparente no acidente.
*Imagem que ilustra este artigo: © akaratwimages via canva.com.